Falando Sobre Criança Interior
Fiquei me perguntado como eu poderia abordar esse assunto de maneira profunda e leve ao mesmo tempo. Profunda porque às vezes é necessário tocar em alguns pontos que possam machucar, porém importantes para levar à reflexão e fazer um movimento de busca de si mesmo. Leve porque aqui não é terapia, é apenas falando um pouco sobre como pode se dar a construção de crenças distorcidas e como permaneceram atuais na vida de alguns de nós.
Importante entendermos que nós enquanto crianças temos o direito de sentir as emoções do jeito que a sentíamos, porém essa criança cresceu e se tornou um adulto que também tem o direito de senti-las, mas tem a responsabilidade de aprender a lidar com elas, afinal, não somos mais aquele menine que precisava de todo o cuidado dos pais.
Às vezes dizemos a nós mesmos que estamos bem, sabemos lidar com a situação e que a culpa é do outro, mas é só acontecer algo que toque “naquela questão”, que a emoção aflora, os pensamentos e as crenças disfuncionais voltam a fazer parte do cenário. Sabe por quê? Porque a criança interior ainda está emocionalmente machucada precisando de amor e atenção.
Muitas vezes culpamos inconscientemente essa criança interior e achamos que ela não é capaz de ser amada, de ser feliz ou de sentir prazer. Mas é necessário colocá-la no colo e conversar com ela, entender os seus sentimentos e dizer que você, enquanto adulta, está com ela para o que der e vier, que a compreende e que ela não tem culpa. Este é um processo duradouro e um tanto doloroso, mas também libertador.
A questão está no estritamente emocional e nas memórias somáticas do nosso corpo! Na forma como construímos nossa visão de mundo, de nós mesmos e dos nossos pais. Às vezes espelhamos-nos neles ou os afastamos e os culpabilizamos; nos sentimos então, superiores ou inferiores aos nossos pais hierarquicamente nas emoções, mas são apenas humanos passíveis de erros e acertos tanto quanto nós. Ao fazermos essa polaridade nos prendemos a um passado que permanecerá presente.
Muitas vezes não entendemos porque o tipo de homem/mulher que aparece em nossas vidas é sempre o mesmo. Se você acha que tem “dedo podre” para relacionamentos, tem algo aí dentro de você que precisa ser olhado com atenção e carinho. Esta não é uma questão de coincidência e sim de estruturas emocionais mal resolvidas, sejam com seus pais, seja na sua construção enquanto pessoa no decorrer da vida.
Muitas vezes culpabilizamos a nossa criança interior achando que ela não é capaz de ser amada, de sentir prazer ou de ser feliz! Às vezes dizemos a nós mesmos que estamos bem, sabemos lidar com a situação e que a culpa é do outro.
Pedir ajuda a um profissional é um ato de amor que você pode e merece dar a si mesmx. Perdoe-se!
Como você tem cuidado da sua criança interior?